Saiba quem é o funkeiro alvo da PF suspeito de dar propina a policial

A ação tem como objetivo reprimir crimes de corrupção ativa e passiva e a contravenção penal por exploração de jogos de azar

Com mais de 8 milhões de seguidores no Instagram, Davi Paiva, conhecido como MC Paiva, foi alvo de buscas da Polícia Federal no âmbito da Operação Latus Actio II, deflagrada na manhã desta quinta-feira (12/12).

O artista é suspeito de pagar propina para que policiais, supostamente, não investigassem a divulgação de rifas na internet. Os agentes estiverem em endereços ligados ao MC em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo.

A ação tem como objetivo de reprimir crimes de corrupção ativa e passiva e a contravenção penal por exploração de jogos de azar. São cumpridos um mandado de prisão preventiva e seis de busca e apreensão nas cidades paulistas de São Paulo, Mauá, São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes e São José dos Campos.

Natural de São José dos Campos, MC Paiva iniciou sua carreira em 2020 e rapidamente se tornou um dos funkeiros de destaque no Brasil. Seu maior sucesso, “Casei com a putaria”, produzido em parceria com Ryan SP e Kotim, dominou as plataformas de streaming, ocupando o primeiro lugar entre setembro e meados de outubro de 2022.

Outros hits do artista incluem “Bandido não dança”, que acumula mais de 2 milhões de visualizações no YouTube, “Doce veneno”, outra colaboração com Kotim que já ultrapassou 14 milhões de visualizações, e “Bagulho louco”.

No ano passado, Paiva foi detido durante uma abordagem policial em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Ele foi encaminhado para o 3° Distrito Policial da cidade, onde foi autuado por desacato. O cantor foi liberado horas depois.

Segundo informações do boletim de ocorrência, policiais militares realizavam uma fiscalização de rotina quando avistaram um carro conversível aparentemente sem placas de identificação. Ao tentar abordar o veículo, MC Paiva teria acelerado, ultrapassado o sinal vermelho e colidido com a viatura policial.

Ainda de acordo com o documento, os agentes relataram que, ao pedir para que o artista saísse do carro com as mãos na cabeça para uma revista pessoal, ele teria resistido, o que levou os policiais a utilizarem “força moderada” para contê-lo.

Durante a busca no veículo, a polícia encontrou uma garrafa de bebida alcoólica. Embora o boletim de ocorrência mencione que o cantor teria admitido ter consumido álcool, os policiais não realizaram o teste do bafômetro. Por outro lado, a defesa de MC Paiva, à época, negou que ele ingeriu bebida alcoólica.

Investigação

Após a deflagração da primeira fase da operação, em 12 de março deste ano, novas evidências coletadas no material apreendido permitiram constatar que policiais civis de São Paulo teriam solicitado propina a produtores, empresários e cantores de funk para não investigá-los por exploração de jogos de azar – no caso, rifas promovidas e divulgadas por artistas e influenciadores em suas redes sociais.

Conforme nota informativa da Coordenação Geral de Fiscalização Comercial do Ministério da Fazenda, a realização de sorteios que caracterizem “rifa” não é autorizada pelo Ministério da Fazenda, tratando-se, portanto, de jogo ilegal.

Artistas e influenciadores que promoveram as rifas ilegais temiam que as investigações conduzidas pelos policiais civis investigados resultassem em ordens judiciais determinando o bloqueio, ainda que temporário, de suas contas e perfis nas redes sociais, principalmente no Instagram.

Por essa razão, teriam concordado em pagar as propinas, a fim de evitar prejuízos econômicos e de imagem.

 

 

 

Metropole

Related posts

Leave a Comment