Como Jean Lucas passou de destaque do Bahia a alvo de críticas da torcida

Pilar do meio-campo tricolor, volante foi vaiado no empate contra o Athletico-PR

Uma das contratações mais caras da história do Bahia, o volante Jean Lucas vive uma temporada de altos e baixos com a camisa tricolor. Depois de iniciar bem o ano, o jogador caiu de produção e, nos últimos jogos, entrou em rota de colisão com parte da torcida.

A fase de Jean Lucas no clube passa longe do esperado pelo atleta e destoa do bom início que ele viveu no tricolor. Comprado por cerca de R$ 27,1 milhões, chegou cercado por expectativas após passagens por Flamengo, Santos e futebol francês. O jogador provou a sua importância em campo e foi um dos destaques do Esquadrão no primeiro semestre.

Em março, Jean chegou a comemorar o momento e credenciou a fase artilheira ao esquema montado pelo técnico Rogério Ceni, que deu liberdade para o volante aparecer mais na área.

O jogador, aliás, vive no Bahia o seu ano mais goleador na carreira, com nove tentos. Empatado com o meia Cauly, ele é superado apenas por Thaciano, que balançou as redes 14 vezes, e por Everaldo, que marcou 11. Jean deu ainda cinco assistências para os companheiros.

Por todo cenário, não demorou para Jean Lucas virar peça fundamental do meio-campo. Tanto que ele está no top-5 dos jogadores que mais entraram em campo pela equipe em 2024. Até aqui, o camisa 6 participou de 58 jogos. Fica atrás de Caio Alexandre (61 partidas), Luciano Juba (60) e Cauly (59).

A boa fase continuou no início da Série A e em parte da Copa do Brasil. Porém, desde o início do segundo turno do Brasileirão, o volante viu o seu rendimento cair e passou a ser alvo de críticas de parte da torcida. Em entrevista no CT Evaristo de Macedo, o próprio jogador reconheceu que não vive boa fase.

“O torcedor tem toda razão de estar me cobrando porque sabe do meu potencial, sabe da minha capacidade e do que venho produzindo durante o ano. Tive essa queda de rendimento. Nenhum jogador quer ter. Mas é uma coisa que a gente não controla. Mas eu venho trabalhando durante o treinamento para retomar a confiança com a equipe”.

Crédito: Rafael Rodrigues/EC Bahia

Entre as explicações para o momento de declínio, o desgaste físico pode estar entre as razões. Dos 58 jogos que disputou no ano, em 32 o volante não foi substituído e permaneceu em campo durante toda a partida, o que representa 55% do total. Para efeito de comparação, Everton Ribeiro disputou 18 jogos inteiros em 2024, enquanto Cauly e Caio Alexandre não foram substituídos em 16 duelos cada.

Na soma dos minutos totais, Jean Lucas é também o jogador com mais tempo em campo entre os atletas do meio-campo, com 4.650 minutos divididos entre o Campeonato Baiano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Brasileirão.

Após o empate por 1×1 contra o Athletico-PR – quando o volante deixou o gramado da Fonte Nova sob vaias -, Rogério Ceni foi questionado sobre a sequência de Jean Lucas na equipe titular e explicou a manutenção do jogador.

“Nosso meio-campo é formado pelo Caio [Alexandre], que é um jogador muito técnico, Everton Ribeiro, que arma o jogo, então, o Jean [Lucas] é o jogador mais físico que nós temos. Se for para colocar mais um jogador com baixa intensidade física, o meio-campo fica muito fraco na marcação”, disse o treinador.

Apostando no modelo de jogo que privilegia a posse de bola, o Bahia tem poucos jogadores com característica de marcação no elenco. Se quiser mudar o time diante do Cuiabá, sábado, na Arena Pantanal, a escolha imediata seria Acevedo, pois Rezende está machucado. Thaciano, que chegou a ser escalado no lugar de Jean Lucas, também é dúvida.

 

 

 

Correio24h

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